terça-feira, 27 de julho de 2010

Working facts

Remind me of a time when I worked in advertising. Luckily that time won´t come again.


Briefing do Cliente


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PPP dos pequenos grupos: A Presença, o Poder, o Propósito.


No objetivo de trazer à realidade de nossos dias o vigor e a vitalidade da igreja primitiva, muitas igrejas têm buscado adotar um sistema de organização em pequenos grupos, ou células, os quais atuam de forma holística e integrada. Eu estou convencido que este sistema é verdadeiramente a melhor maneira de alcançar e cuidar de pessoas nos nossos dias, fazendo com que todos se tornem verdadeiramente Corpo de Cristo.


Mas a mudança de paradigma envolvida em abandonar o modelo consumista de adoração congregacional  - no qual fomos educados e com o qual estamos acostumados - é custosa e difícil. Não é difícil entender a proposta, ela é bastante simples. Mas o que é simples nem sempre é fácil.


O que tenho visto é a força do hábito nos levar inconscientemente a transformar uma vívida reunião de pequeno grupo em um estudo frio da letra – morta – das escrituras, de modo a demonstrarmos todo nosso conhecimento bíblico, teologia e experiência eclesiástica. Ou seja, perdendo uma ótima oportunidade de adquirir uma nova e vívida experiência com Deus. O recado de Deus para a igreja hoje é que isso é desnecessário – e inútil.


O movimento natural de todo e qualquer grupo pequeno é perder sua vitalidade ao longo do tempo. Naturalmente a reunião se torna enfadonha e pesada. Neste momento, os líderes se desdobram em criatividade para criar novos formatos, novos programas e dinâmicas para dar um fôlego adicional ao grupo.  Contudo, o que proporciona real vivacidade aos pequenos grupos saudáveis é a presença imanente de Cristo.
Bill Beckham afirma que a essência da igreja em células baseia-se em três pilares, o PPP da célula: a presença, o poder e o propósito de Cristo.


A PRESENÇA: “NO MEIO DELES


Reconhecer que Jesus Cristo está presente em toda e qualquer reunião de pequeno grupo é o primeiro passo para desfrutar de uma experiência única e imanente com o Deus vivo, em um breve encontro de irmãos: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”(Mateus 18:20) 


Cristo está no pequeno grupo porque Ele assim prometeu e cumpre. Muitas vezes não somos capazes de sentir sua presença. Especialmente após um dia cansativo e estressante, é possível que não sejamos capazes de perceber sua presença no nosso meio. Mas Ele não depende de sentimentos para estar presente. Nossa fé e nossa confiança de que Jesus é fiel e capaz de cumprir o que prometeu é o que nos dá a certeza de sua presença entre nós.


Os pequenos grupos, cheios da presença sobrenatural de Cristo através de seu Espírito Santo, são capazes de transformar o mundo. Essa é a grande diferença entre nós e os discípulos do primeiro século. Eles estavam muito bem acompanhados, pelo Espírito de Deus.


A igreja de hoje vê – atônita – sua influência sobre o mundo diminuir a cada dia. É preciso notar que não são os métodos, as músicas, os textos, as pessoas, sistemas ou estruturas que causarão impacto no mundo. Apenas Cristo é capaz de mudar o mundo. As igrejas que, organizando-se em pequenos grupos, têm impactado cidades e países por todo o mundo, apenas fazem isso devido à presença de Cristo em seu meio. Por isso o foco do grupo deve estar em Cristo.


EXPERIMENTANDO UMA COMUNHÃO SOBRENATURAL


Temos tentado construir uma comunidade a todo custo: reunir pessoas que têm coisas em comum, que gostam de estarem juntas, que se dão bem. Tem sido pesado, difícil, doloroso conviver com os irmãos, arrastando uma rotina enfadonha de reuniões semanais e tentando duramente criar um espírito de comunhão.


Esta comunhão, que depende dos nossos gostos em comum, é a maneira como o mundo constrói comunidade. Não há nada de sobrenatural em conviver de bom grado com aqueles a quem amamos. “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. (Mateus, 5:43-48)


Quando Jesus está presente no pequeno grupo, com Ele é expressa a perfeita comunhão. Ele é a perfeita comunhão manifesta, entre o Pai, o Filho e o Espírito. A comunhão não deve ser o foco da reunião. Quando o foco está na presença de Cristo, a comunhão já está lá. Cabe a nós mergulhar nesta comunhão.


Assim como a minha e a sua salvação, que é, ao mesmo tempo, uma verdade espiritual consumada na cruz de Cristo e um processo de contínua santificação e purificação, assim é a comunhão na célula. A comunhão no pequeno grupo é uma verdade manifesta na presença de Cristo, na qual devemos adentrar, mas é também algo que se constrói dia a dia.


A comunhão que provêm de Deus não depende de nós. Ela não depende das coisas que tenhamos em comum, ou de gostarmos de estar juntos, ou de gostarmos um do outro.  Se a nossa reunião for determinada pela nossa disposição em estarmos confortáveis um com o outro, não seremos capazes de ter verdadeira comunhão. Precisamos morrer para nossos gostos e desejos e reconhecer a comunhão perfeita que já está lá. Morrer para a nossa auto-suficiência, para o desejo de estar apenas com quem gostamos e superar as barreiras que nos afastam dos irmãos.


A verdade é que, no pequeno grupo, Jesus está presente manifestando a perfeita comunhão com o Pai, com o Espírito Santo e com seu corpo. Ele, através de seu próprio sacrifício, removeu as barreiras que nos afastavam da comunhão com Ele, e com Deus. Assim como Cristo tem comunhão comigo, Ele tem comunhão com você, de modo que podemos – eu e você – termos comunhão um com o outro, através de Cristo e apesar de nós mesmos. Esta é a maravilhosa e perfeita união das partes do corpo de Cristo. Em Cristo, nos amamos, mesmo sem termos nada em comum. Nos amamos, mesmo sem nos gostarmos muito.


Tendo isto bem claro, não há mais por que repetirmos queixas como: “a multiplicação da célula vai me afastar dos irmãos que eu já conheço e me colocar com outros que eu não conheço”; “eu não me dou bem na célula porque não me sinto à vontade para me abrir e compartilhar meus sentimentos com estranhos”; etc.


O PODER E O PROPÓSITO: JESUS DIRIGE O PEQUENO GRUPO


Cristo é o verdadeiro dirigente da reunião de pequenos grupos. Pela sua presença maravilhosa, ele age sobre os membro do grupo, através de seu poder. Uma vez que a vida do pequeno grupo orbita em torno da própria presença de Cristo, seu poder se manifesta em nós e através de nós. Cristo comunica a nós a sua vontade e o seu poder: através das orações e através das escrituras. No pequeno grupo, nós apresentamos as nossas necessidades, angústias, ações de graça e adoração ao Cristo vivo e presente: através do louvor e através das orações. O poder de Cristo é manifestado no pequeno grupo através dos dons: o dom que há em mim complementa o dom que há em você, de forma que o corpo de Cristo se torna perfeito e completo.


As demais funções dos pequenos grupos em uma igreja em células são a manifestação do propósito de Cristo para a Igreja. Este propósito manifesta o seu poder, que provem da sua presença em nosso meio.


A mudança de mentalidade – metanóia – a que temos que nos submeter, não funcionará de fora pra dentro. A hipótese behaviorista da repetição de comportamentos não passará de retinir de sinos. Não são as formas, as fórmulas, as rotinas ou os métodos adotados pelas igrejas bem sucedidas que nos levarão a fazer diferença no mundo. A mudança virá de dentro para fora. De dentro do pequeno grupo, onde Cristo se encontra com as pessoas, provém o poder que manifesta o propósito da igreja no mundo.







terça-feira, 22 de setembro de 2009

cartoon from www.weblogcartoons.com
Cartoon by Dave Walker. Find more cartoons you can freely re-use on your blog at We Blog Cartoons.

Nascemos programados para crer?

O jornal inglês, Sunday Times, na sua edição eletrônica, publicou recentemente uma matéria com titulo "We are born to believe in God", em que apresentava pesquisas científicas sobre uma "predisposição fisiológica" das pessoas em acreditar em Deus e possuir sentimentos religiosos.


A esse respeito, o blog Soli Deo Glória (aqui) ressalta a parcialidade e reducionismo dessa linha de pesquisa, que procura diminuir o valor da fé a um ímpeto primitivo e incontrolável (como se isso, em si, já não fosse uma contradição).


Abaixo, reproduzo os comentários do amigo blogueiro:


O jornal Times de Londres apresentou no referido artigo a última 'pesquisa' que 'demonstra' que as pessoas não são capazes de controlar suas tendências irracionais e simplesmente têm que acreditar em Deus... O artigo faz declarações dúbias como: 'Este trabalho é suportado por outros que encontraram evidências de que os sentimentos e experiências religiosas estão ligados a áreas específicas do cérebro'. Eles sugerem que as pessoas são programadas para possuirem sentimentos de espiritualidade provenientes de nada mais que atividade elétrica nessas regiões.


Sendo assim, alguém poderia dizer:




"Pensamentos ateístas não são nada além de atividade elétrica em certa regiões 'racionais' do cérebro."


"A paixão de William Wilberforce para acabar com a escravidão não era nada mais que atividades elétricas em certas regiões "misericordiosas" do seu cérebro"


"O ódio dos terroristas nada são do que atividades elétricas em seus cérebros"


Contudo, estes "cientistas" não fazem tais assertivas. Que não consideremos essas coisas como ciência.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Unfinished tasks

Meu dia-a-dia tem parecido um pouco com isso:
cartoon from www.weblogcartoons.com
Cartoon by Dave Walker.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O numinoso e a divindade de Cristo


Aparentemente, Deus criou o homem com a capacidade inata de reconhecer o Divino. Talvez, a herança que trazemos de antes da queda de Adão seja a possibilidade de reconhecer a Divindade como tal, em todos os seus atributos – onipotente, onisciente, onipresente, maravilhoso. No homem, o “slot” para encaixar o Divino, “vem de fábrica”. Esse atributo é a capacidade do homem de produzir o sagrado.

O sagrado é inerente ao fenômeno religioso, uma vez que a experiência religiosa consiste na relação da pessoa com o sagrado.  Na experiência religiosa, experimenta-se a presença de um poder estranho, totalmente diferente - totalmente outro. A atitude natural da pessoa, diante de tal presença, é de espanto e fé.

A experiência religiosa não consiste apenas de afirmações racionais e de princípios morais; há no sagrado um aspecto inefável, percebido pelo sentimento como realidade sagrada, como mistério terrível e fascinante: “eu tenho medo dele e ao mesmo tempo ardor por ele” (Santo Agostinho).

A psicologia da religião afirma que estes sentimentos não são produzidos pela consciência, mas são o efeito subjetivo da presença, no eu, de uma realidade diferente do próprio eu: o numinoso. Na compreensão de Jung, o numinoso é uma instância ou efeito que arrebata e controla o sujeito humano, o qual é antes vítima que criador. O numinoso é uma experiência do sujeito que se sobrepõe à vontade.

Jung afirma que a experiência com o numinoso não é ação da vontade humana, antes é uma atitude de abertura ao sentimento de força tremenda que, em si, encerra um significado ainda não revelado, atrativo e profético ou fatídico. Segundo as suas pesquisas acerca da religião, Jung afirma que conteúdos previamente inconscientes rompem as barreiras do ego e dominam a personalidade consciente da mesma maneira como em situações patológicas. O numinoso, então, se apresenta como um elemento da inconsciência coletiva. Algo que o ser humano carrega dentro de si. Para ele, a experiência religiosa não sustenta uma prova da existência de Deus; porém, em todos os casos, são experiências arrebatadoras que excedem a descrição em palavras.

O conceito de numinoso em Jung provêm do teólogo Rudolf Otto, que o caracteriza por ser Tremendum (que causa tremor), Majestas (avassalador), Mysterium (o totalmente oculto). O Numinoso é “fascinante” e “assombroso” a um só tempo. A essência do numinoso está na sua potência e alteridade. O Numinoso é ao mesmo tempo totalmente diferente do homem, e totalmente poderoso.

As experiências sagradas colocam o crente em contato com o numinoso. Todas as experiências com Deus são experiências com o Sagrado. Contudo, nem sempre a experiência com o sagrado – a experiência religiosa – é uma experiência com Deus.

A secura dos corações no nosso tempo tem levado as pessoas a buscar um encontro com o Numinoso. No desejo de se voltarem para Deus, muitas vezes se perdem por caminhos sagrados que não levam ao Divino. Muitos são os que desejam antes “sentir” a presença de Deus do que “conhecê-lo”. Por isso tantas igrejas lotadas e tão pouca mudança de vida.

Como pode um país ter tal contingente de cristãos e não apresentar significativas mudanças nos seus indicadores sociais, de violência, de exclusão? Muitos são os templos, para as quais afluem multidões a propósito de um encontro com o Divino, produzindo, em vez disso, experiências com o sagrado que não atravessam as paredes do templo. São noites em que as pessoas se voltam para dentro de si, olhando para o arquétipo que carregam em seu inconsciente. Olham para o leito seco do rio, imaginando contemplar um turbilhão de águas.

As experiências com o sagrado – exclusivamente – não provocam desdobramentos para a vida. Estão restritas e localizadas a um lugar e momento. A maravilha, o temor e o fascínio provocado pelo sagrado bem podem ser experimentados em um grande concerto de rock – ou sob o efeito de anfetaminas – mas isso não transborda em vida, e vida em abundância.

Ainda que a presença de Deus nos arrebate para uma experiência além do compreensível, o Divino não se manifesta somente em temor e tremor. Já estão gastos os cacoetes evangélicos, os quais reúnem um leque de gemidos, tremores, pulos e levantar de mãos, mas que não se materializam no amor ao próximo, no comportamento ético e no compromisso com Deus. O Divino se manifesta no amor em ação – como o amor do Bom Samaritano – mesmo que não se apresente como experiência religiosa.

O rito sagrado pode nos levar ao numinoso, mas a revelação do Divino é ação da parte de Deus. Ele se releva quando quer. Para tanto, o rito não é o que importa, mas a disposição existencial de se jogar no desconhecido, abrir os braços para a revelação de Deus. Somente Cristo transforma nosso ser – a moral, o comportamento, o amor ao próximo. A experiência com o Divino provoca em nós uma mudança de consciência, compromisso com a vida; uma ação transformadora do mundo da vida.

A vida ascética para a qual o sagrado nos dirige, em que a negação da vida na terra nos aproxime do numinoso, são relações verticais entre o ser e o “transcendente” universal – apenas nos leva para dentro de nós mesmos. Este ascetismo nos afasta das pessoas. O Divino, contudo, nos leva ao outro:  “Amai-vos uns aos outros como eu os amei”,“Ide a anunciai”.

Na distinção entre o Sagrado e o Divino, entre os mitos, arquétipos e divindades numinosas e o Cristo, a abundância de vida é o que se apresenta. A vida de Jesus é o que o separa de um mito qualquer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A Boa Nova é uma sentença de morte

  "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, 
caindo na terra, não morrer, fica ele só; 
mas, se morrer, produz muito fruto." (João 12:24)


Como podemos viver nesse mundo moderno, cheio de pressões, metas, obrigações, estratégias? O Sábio de Eclesiastes, que de tudo fez e conheceu, no final afirmou: "é tudo como correr atrás do vento".  Isso significa que não vale a pena existir? Devemos então desistir de ter um trabalho, conhecimentos, titulações, certificados, experiências? Se tudo não passa de correr atrás do vento, se afinal estamos apenas ajuntando tesouros na terra, os quais a traça come... que valor há em existir? Será que Deus nos chama a todos para sermos como João Batista, como nazireus ?


Jesus disse à multidão no sermão do monte: "Entrai pela porta estreita. Larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela. Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” Ou seja, temos um estreito caminho para percorrer, espremido, espinhoso e difícil, e no final ainda há uma porta estreitinha para atravessarmos.


Freud, em seu livro “Mal-Estar da Civilização”, analisa o porquê de vivermos angustiados e espremidos entre os nossos desejos e as regras da moral. Ele aponta que o homem é essencialmente egoísta e a-moral. Isso quer dizer que, movido pelo “princípio do prazer”, o ser humano, em seu estado “natural”, não mede esforços para realizar os seus desejos, quaisquer que sejam eles. Freud, em certa ocasião, diz que "as crianças são completamente egoístas; elas desejam intensamente e lutam sem cessar para satisfazer esses desejos". Essa é a natureza (caída) humana.


Sobre isso, o apóstolo Paulo disse aos Romanos: "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus."


Até mesmo aos olhos dos homens – pressupondo que de Freud não provém revelação divina – é possível compreender que o ser humano é mau; não há um justo sequer; até as crianças são rápidas em buscar seus próprios e egoístas desejos. É natural ao homem enganar, matar, roubar.


A civilização surge, então, de acordo com Freud, como um grande acordo no sentido de reduzir o risco. O princípio do prazer leva as pessoas a buscarem os seus desejos; na impossibilidade de conseguirem o que querem, buscam o menor des-prazer. Os seres humanos, coletivamente, perceberam que, ao criar regras e abrir mão de desejos individuais – tais como dormir com a mulher do vizinho ou possuir alguma propriedade alheia – se protegeriam de um des-prazer maior – tal como ter sua mulher ou seu carro roubados por alguém.
Mas, apesar de termos mudado o modo como vivemos, nós somos os mesmos. Por dentro ainda temos os mesmos instintos maus. A luta por refrearmos os nossos desejos em troca de uma moral construída de fora pra dentro é a fonte da angústia da civilização. "A sociedade civilizada é perpetuamente ameaçada pela desintegração, através da hostilidade primária dos homens, uns contra os outros", diz Freud.


Nesta ótica, não é possível enxergar saída. Por nós mesmos, somente produziremos angústia. Assim caminha a sociedade: repressão de instintos que gera angústia e insatisfação, terminando por explodir em loucura. Pelos frutos, conhecereis a árvore...  Como poderemos dar bons frutos se somos nascidos e formados de espinheiro? Se nosso DNA é de abrolhos, como podemos dar figos?


Certamente, Freud não poderia compreender o novo homem.  Ele só conhecia a natureza caída do velho homem. Negar-se a si mesmo não faz parte do repertório da pessoa freudiana. Não há salvação para esse velho homem, é preciso enterrar a velha criatura e nascer de novo, com nova natureza, novos instintos, nova vida.


A mudança de caminho só é possível se encontrarmos a cura para a natureza humana; uma cura de dentro pra fora. Sem o sacrifício de Jesus, nada podemos fazer. "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer"(Jo 15:5-6).


 Para nosso consolo, Paulo diz que nossa esperança está na fé justificadora, em Jesus: "... a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo (é) para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus"(Romanos, 3:22-26).


O sacrifício oferecido diariamente pelos sacerdotes do antigo testamento não tinham efeito duradouro para remissão de pecados. A cada dia, um novo sacrifício era preciso. Contudo, o sacrifício de Jesus foi definitivo, “com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.” Jesus, no seu sacrifício perfeito nos aperfeiçoou o espírito. Podemos mudar de trilha, seguir um caminho que não nos guie à angústia.


É isso que fazemos? Nem sempre. A mente ainda encontra-se presa à carne. O espírito está pronto, mas a carne é fraca. Pela fé em Jesus somos redimidos de nossos pecados, e Deus não mais se lembrará deles. Nossa velha criatura está para sempre enterrada, e somos nascidos de novo. Mas a santificação provém do hábito. Precisamos diuturnamente crucificar nossa carne e subjugar a mente à obediência de Cristo. É fé exercida com esforço, disciplina. Fé de atleta. Fé militar. Fé espartana.


Se apenas houvesse a porta estreita, bastava que nos espremêssemos momentaneamente. Mas não é uma porta, é um caminho. Quão longo é esse caminho? Deve ser tão longo quanto for a nossa vida nessa Terra... Um longo caminho estreito – que parecerá bem menos longo quando, finalmente, tivermos cruzado a porta. Ufa!... Até lá, contudo...


Este é o desafio da fé em Jesus: ela precisa ser vivida, respirada, exercida diariamente, passo a passo. Precisamos escolher a cada passo prosseguir no (cada vez mais) estreito caminho. Tal escolha é artificial, psicótica, contrária à natureza humana, contrária ao desejo e ao princípio do prazer. É loucura. Por isso é preciso morrer, porque não é possível conservar a natureza humana e, ao mesmo tempo, permanecer na videira.


A mensagem de Cristo é mensagem de vida, eterna e em abundância, mas diariamente sentencia de morte o velho homem, a velha criatura, as coisas passadas. É boa nova acerca da morte para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencermos a outro corpo, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos.


 “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra." (Romanos 4:5-7)